Parece estranho alguém depreciar-se. Em privado, todos temos essa experiência. Em público, é menos comum alguém realizá-la. Eu não sou diferente dos demais, mas às vezes desvalorizo-me embora sob a máscara de uma certa superioridade desdenhosa de quem não precisa de elogios, nem dos próprios nem dos alheios. Não aqui. O que pretendo neste microensaio é apenas esclarecer os motivos que me levam a fazê-lo em público, sem uma ordem hierárquica de importância. O principal e óbvio, que não é um verdadeiro motivo mas mais uma constatação, é que me deprecio para dar razão aos que me depreciam. Como sei que me depreciam? É simples, vendo como não me ligam absolutamente nada quando estou com eles. Se é assim, então porque me dou ao trabalho de lhes dar razão? Em primeiro lugar, o que me leva a fazê-lo, com determinação no tom e ênfase no conteúdo, é não os deixar ter o prazer de me contrariarem e, ainda por cima, de me provarem, ironicamente e com facilidade excessiva, que eu po
Escrevo para compreender